No último sábado (18/11), membros da Associação Cearense de Magistrados (ACM) participaram da III Caminhada Negra, em Fortaleza. Organizada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), o evento ocorreu em mais 13 cidades e destacou pontos importantes para a cultura negra nacional. O encontro é realizado em homenagem ao Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro.

Na capital cearense, os participantes realizaram um trajeto a pé por locais que exaltam a essencialidade e protagonismo da comunidade negra. A III Caminhada Negra passou por pontos históricos e turísticos que referenciam a história do país. Em Fortaleza, o trajeto foi iniciado no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e seguiu até a praia do Poço da Draga.

Acerca da essencialidade do movimento, a organizadora da III Caminhada Negra e juíza da Primeira Vara de Viçosa do Ceará, Josilene de Carvalho Sousa, reafirma a importância do encontro como uma forma de redescobrir a cidade por meio de uma nova visão. “A caminhada negra é uma experiência diferenciada porque lança um novo olhar sobre aquilo que é cotidiano, mas não é visto. É uma releitura da realidade a partir da reconstrução histórica da participação da população negra na cultura do país”, pontua a juíza.

Além disso, a magistrada explica que o movimento tem como objetivo “recuperar memórias afetivas com espaços de representatividade negra, gerando empatia, sensibilização e conscientização acerca das contribuições e do protagonismo da população negra em nossa história, cultura, economia e na sociedade brasileira como um todo. É uma oportunidade para conhecer Fortaleza a partir de um novo paradigma”.

Participante da III Caminhada Negra, o juiz João Gabriel Amanso comenta que “a caminhada foi muito importante porque chama atenção para um problema latente na sociedade brasileira, ou seja, de que ainda há falta de inclusão de pardos e negros nos cargos públicos do Poder Judiciário, principalmente os de magistratura”. Em complemento, o juiz ainda reflete que apesar das políticas afirmativas, o judiciário ainda levará um tempo para equiparar o número de pessoas pretas e brancas nos cargos da magistratura.