O mês de junho é dedicado ao Mês de Conscientização Contra a Violência contra a Pessoa Idosa. A data foi instituída em 2006, pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa, como alerta sobre a responsabilidade individual na construção de uma sociedade que respeite e garanta os direitos dos idosos. Mas algo que chama a atenção é sobre o aumento do etarismo, preconceito contra as pessoas idosas nos mais diversos âmbitos, bem como o crescimento das diversas formas de violência contra a pessoa idosa, sejam elas físicas, psicológicas ou até financeiras.

A magistrada e associada da ACM, Maria Marleide Maciel Mendes, acredita que para a sociedade se conscientizar e garantir que as pessoas idosas sejam cuidadas, é necessário que haja a existência de amplas políticas públicas ativas por parte do Governo Federal, Estadual e Municipal, com a ajuda dos demais poderes e órgãos administrativos que criam programas que as implementam. “É preciso que sejam desenvolvidos projetos e programas que visem melhorias para as pessoas idosas, que desenvolvam atividades de acolhimento, bem como promovam os cuidados com a saúde física e mental dessa população”, explicou.

A juíza também esclareceu que, a nível do Poder Judiciário, uma das formas de contribuir para a conscientização não é somente concedendo a prioridade processual, mas evitando o preconceito contra pessoas idosas dentro do próprio Poder Judiciário.
“Acredito que é necessário oportunizar que as pessoas com mais de 60 anos participem de Comissões dentro do próprio Poder Judiciário, que sejam convidadas a participar de uma Rede Internacional para a prevenção dos maus tratos, dentre outras possibilidades”, frisou a magistrada.

Para ela, o que se observa muito é a preocupação dos colegas mais jovens em participarem das Comissões, “mas as pessoas idosas, que carregam bagagem e experiência, muitas vezes não são lembradas”. A magistrada destaca que é muito importante a inserção dentro do próprio segmento, porque isso induziria a participação das demais pessoas idosas e aumentaria a autoestima de quem tem interesse em participar, além de promover o pertencimento junto ao Judiciário.

“Também acredito que uma boa solução seria o Poder Judiciário criar Comissões específicas para lutar pelos interesses da pessoa idosa, podendo ser até mesmo uma comissão interna de investigação contra a violência. Acredito que esses caminhos são excelentes estratégias para seguirmos com essa conscientização não somente no mês de junho, mas em todos os outros”, frisou a magistrada e associada da ACM, Maria Marleide Maciel Mendes.