O relatório parcial do 2º Censo do Poder Judiciário do CNJ foi divulgado na última terça-feira, 19, elaborado a partir das respostas de 6,1 mil magistrados do país. Os dados apontam que os juízes estão mais estressados e ansiosos, devido a carga de trabalho e o salário considerado insuficiente para a quantidade de demandas executadas e responsabilidades do cargo.

De acordo com o Censo de 2023, segundo os dados divulgados, até então, algumas questões relacionadas à saúde mental estão entre as principais queixas dos membros da magistratura. São elas: estresse (58,5%), ansiedade (56,2%), esgotamento emocional (34,1%) e esgotamento físico (28,9%).

Quando se fala na relação trabalho versus salário, a maioria dos magistrados brasileiros (79,7%) relata ao CNJ crer estar trabalhando demais e um número bastante similar (73,9% dos que responderam a pesquisa até o momento) acha que a remuneração que recebem não está adequada.

De acordo com o presidente da Associação Cearense de Magistrados (ACM), José Hercy Ponte de Alencar, esses dados são um reflexo da intensidade vivida por juízes na sua rotina de trabalho nos tribunais e fóruns. “Apesar do relatório ainda estar inconclusivo, a demanda de trabalho exaustiva é uma realidade. Muitas vezes existe uma produção acima da média, o que culmina no esgotamento mental de juízes e juízas brasileiros. Por isso, é necessário observar com atenção essa situação, porque saúde mental é algo sério, que deve ter um cuidado especial. As autoridades responsáveis precisam buscar soluções para que consigamos encontrar um equilíbrio nessa rotina exaustiva de trabalho, senão teremos membros do Poder Judiciário cada vez mais adoecidos”, disse.