A Associação Cearense de Magistrados (ACM) brindou os novos juízes de Direito do Estado com um coquetel de boas-vindas, oferecido na tarde desta terça-feira, 23 de fevereiro, no hall do auditório Cardeal Dom Aloísio Lorscheider, no Palácio da Justiça.
A ocasião propiciou intercâmbio de experiências entre os concursados. Momento de partilhar sentimentos diante dos desafios, um tanto acentuados para esse grupo por esse ser um ano de eleições municipais, quando os juízes de Direito respondem também pela Justiça Eleitoral.
O desafio carrega a oportunidade de proteger o processo de escolha, na visão da concursada Leslie Campos. “A proximidade do juiz local com o eleitor transmite mais segurança”, afirmou. Cearense, ela levará a Amontada a experiência de 2 anos e 8 meses como juíza no Pará e a satisfação de retornar ao estado de origem.
“As eleições municipais têm um envolvimento maior do magistrado local e tenho grande expectativa, procuro atender o anseio da sociedade”, disse o concursado Wilson Aragão, que trabalhará na comarca de Tabuleiro do Norte. Aragão também enalteceu o papel da ACM. “É uma instituição imprescindível. Uma atuação coletiva por meio da associação de classe é importantíssima e pelo que eu conheço da ACM, tenho acompanhado pela internet, a proposta dela é muito boa, esse relacionamento próximo com o Tribunal vem fortalecer as prerrogativas da magistratura cearense”, destacou.
Para Anna Carolina Souza, baiana de Feira de Santana, que era advogada até a presente data, “contar com o apoio da ACM, sem sombra de dúvidas, é essencial nessa carreira”. Ela, que seguirá para Aiuaba, ressalta a conciliação de conflitos como principal aspecto da magistratura e diz que pretende chegar a um censo de justiça para as partes litigantes.
Com carreira no sistema de Justiça, como servidor do Ministério Público do Rio Grande do Norte por seis anos e defensor público no Ceará, Eduardo Negreiros comenta que a ACM é o ponto de apoio dos juízes. Negreiros, que atuará em Pereiro acrescentou a importância social da carreira. “A magistratura ganha efetividade não só quando suas decisões são proferidas, mas quando são executadas. O cidadão vê o seu direito sendo garantido na prática”, assinalou.
O presidente da ACM, juiz Antônio Araújo, transmitiu a satisfação em receber os novos colegas. “São muito vocacionados e jovens. Darão uma grande contribuição a essas comarcas, muitas delas carentes de juiz titular há anos”, disse Araújo.
Palestra realizada pelo TJCE tratou sobre “A importância da Justiça para o sistema democrático brasileiro”
Palestra
O coquetel de boas-vindas ocorreu depois da palestra “A importância da Justiça para o sistema democrático brasileiro”, realizada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE). O palestrante foi o doutor em Ciências Sociais e professor da Universidade de Fortaleza (Unifor), Gustavo Raposo, e participaram como debatedores o desembargador Heráclito Vieira Neto e o juiz auxiliar da presidência do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), Marcelo Roseno.
Raposo apresentou um panorama da construção do Poder Judiciário brasileiro ao longo dos últimos 300 anos, desde as raízes em Portugal, passando pelo processo de fechamento durante o século XX, especialmente durante o regime militar, até o momento atual de maior autonomia institucional e maiores desafios. Roseno acrescentou reflexões sobre os avanços e revezes no sentido da republicanização do Judiciário e Vieira orientou sobre aspectos práticos, como o exercício da imparcialidade enquanto julgador.
O evento foi aberto pela presidente do TJCE, desembargadora Iracema do Vale, e depois foi presidido pela vice-presidente corregedora do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), desembargadora Maria Nailde Pinheiro Nogueira. Também compareceram os desembragadores Clécio Magalhães (aposentado), Fátima Loureiro, Fernando Ximenes, Lisete Gadelha, Martônio Vasconcelos e Vera Lúcia Lima.