Manifestantes invadiram o Centro de Convenções e foram contidos por seguranças. O evento contaria com autoridades nacionais
TV Gazeta

Cerca de 300 estudantes se reuniram em frente ao teatro da Ufes, por volta das 16 horas desta quarta-feira (15), para mais uma manifestação contra o aumento das passagens de ônibus e melhorias no transporte público. Os estudantes saíram em passeata até o Centro de Convenções de Vitória, em Santa Lúcia, onde aconteceria o Fórum Nacional da Reforma Eleitoral. Os três dias de evento foram cancelados após confusão entre os manifestantes e seguranças do Centro de Convenções. Os estudantes invadiram o local e foram contidos pelos seguranças, que utilizaram spray de pimenta.

No trajeto da Ufes ao Centro de Convenções, os estudantes interditaram as avenidas Fernando Ferrari, Reta da Penha e Rio Branco, no sentido Serra-Vitória, por aproximadamente uma hora e meia.

Ao chegar ao Centro de Convenções, os manifestantes invadiram a recepção e causaram tumulto. Dois policiais militares tentaram impedir o avanço dos estudantes, mas não conseguiram. Os manifestantes entraram na área do evento, derrubraram os detectores de metal, e só não tiveram maior acesso porque a segurança do Centro de Convenções impediu, utilizando gás de pimenta. Mesmo assim, eles não retrocederam. Sentaram no chão e permaneceram no local, com cartazes e faixas de protesto. O objetivo dos manifestantes era entregar uma carta com reivindicações para o Governador do estado, Renato Casagrande, e o vice-presidente da república, Michel Temer.

A proposta inicial era apenas entregar a carta, mas na hora houve o tumulto e o protesto tomou proporções inesperadas. Muitas pessoas que participavam do evento passaram mal com o gás de pimenta.

O superintendete de imprensa do Estado, Handerson Siqueiram, garantiu que os policiais militares não reagiram nem jogaram gás de pimenta contra os estudantes. A ação partiu dos seguranças do Centro de Convenções.

Evento Cancelado

O Fórum Nacional da Reforma Eleitoral, que seria realizado desta quarta-feira 915 até sexta-feira (17), no Centro de Convenções de Vitória, foi cancelado após a confusão, alegando falta de segurança. O evento contaria com a presença do vice-presidente da República, Michel Temer – que chegou a Vitória na noite de quarta-feira, mas cancelou sua participação devido ao tumulto no Centro de Convenções.

Reivindicações

O universitário Gustavo De Biase, um dos representantes do movimento estudantil, explicou que o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES), desembargador Pedro Valls Feu Rosa, se comprometeu em auxiliar na negociação e em recebê-los no evento. O objetivo inicial dos estudantes era entregar uma carta com reivindicações para o vice-presidente.

"Nós sempre colocamos que não queremos atrapalhar o Fórum de Reforma Política. Queremos trazer à tona o debate sobre mobilidade urbana. O desembargador disse que se o protesto não atrapalhar o evento, uma comissão de estudantes poderia ser recebida pelo vice-presidente e pelas outras autoridades. Nessa oportunidade, lhes entregaríamos um documento", pontuou De Biase.

Atualmente, 25 mil estudantes têm acesso gratuito aos ônibus da Grande Vitória. Outros 50 mil pagam somente meia tarifa. Mas, de acordo com as lideranças do movimento estudantil, os últimos sinais dados pelo governo indicam que a pauta está avançando e que há possibilidade de consenso.

Governo quer ampliar benefício de meia passagem

Depois de enfrentar três semanas de protestos de estudantes pela redução das tarifas de ônibus, o governo do Estado já admite ampliar a concessão de meia passagem na Grande Vitória. Hoje, cerca de 75 mil estudantes já têm algum tipo de benefício. São alunos do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) e da rede pública estadual que não pagam passagem. Estudantes de universidades e da rede particular só pagam meia tarifa.

Agora, o governo já estuda ampliar esse leque, oferecendo vantagens também para quem comprovar baixa renda familiar, conforme explica o secretário de Transportes, Fábio Damasceno. "Nós estamos estudando critérios, como por exemplo, a faixa salarial e renda per capita da família. É um modelo que já foi experimentado no Brasil e que consideramos mais justo", disse.

(Com informações de Eduardo Fachetti, do Gazeta Online)