Quem paga a conta?

Resultado da crise econômica decorrente de equivocada política da presidente afastada e com a ajuda das criminosas pautas-bombas de Eduardo Cunha, sai Dilma e assume Michel Temer, o vice-presidente eleito. Como as dificuldades econômico-financeiras não se resolvem por encanto, resta a indagação do título. Segundo o neologismo do jornalista Élio Gaspari, deve ser ela quitada pelo “andar de baixo”, isto é, pelos menos favorecidos, vez que os gastos públicos a ser congelados atingem a saúde, a educação e os vencimentos do funcionalismo. Jamais os sonegadores, “o andar de cima”, – cujos débitos, segundo matéria publicada neste Jornal, daria para minimizar os desacertos, – serão chamados a pagar o que devem.

Nem sequer admitem implantar encargos que embutem a chamada justiça tributária, como a CPMF, que cobra mais de quem mais ganha. Parece ter razão o jornalista Carlos Chagas quando diz pretenderem: “Penalizar os aposentados e demolir a Previdência Social; implantar a reforma trabalhista e revogar direitos de quem vive de salário; privatizar serviços públicos, presídios, hospitais, escolas e creches; aumentar impostos e proibir correções salariais; suprimir programas sociais e ampliar os privilégios do capital em detrimento do trabalho”. Ou como afirma o deputado federal Arnaldo Faria de Sá: “Querem acabar com a saúde, com a educação, com a segurança pública, ela (a PEC) vai congelar por 20 anos os investimentos públicos. Não querem mais serviços públicos por concurso, porque querem contratar terceirizados apaniguados”. Entre a utopia do pleno emprego de Dilma e o “capitalismo selvagem”, acho existir larga margem de sensatez.

Byron Frota
Magistrado

Fonte: Diário do Nordeste