A I Pesquisa Diagnóstica da Magistratura do Ceará, realizada pela Associação Cearense de Magistrados (ACM) de forma inédita, registrou que 68,1% dos magistrados classificam a estrutura de trabalho como “Regular” ou “Péssima”.
Os dados indicam que a situação dos Tribunais não condiz com a realidade das demandas recebidas pelos magistrados. A estrutura de trabalho ainda reflete diretamente no organograma das instituições, uma vez que unidades com estrutura regular frequentemente enfrentam escassez de colaboradores (25,4%), enquanto aquelas com boa estrutura tendem a ter uma quantidade regular de pessoal.
Ainda nesse cenário, mais da metade (51,2%) dos entrevistados acreditam que a quantidade de colaboradores no sistema de Justiça cearense é insuficiente, com 37,4% classificando-a como regular, 8,9% como boa e apenas 2,3% como satisfatória.
Além dos magistrados, a população também é afetada por esses entraves infraestruturais, já que juízes não conseguem desempenhar seu papel de forma eficiente na garantia de Justiça dos cearenses. A pesquisa revela que a maioria dos entrevistados avalia a situação da magistratura de forma negativa, com apenas 4,4% considerando-a ótima.
O presidente da ACM, o juiz José Hercy Ponte de Alencar, reforça a gravidade dos resultados obtidos pela pesquisa: “Não podemos deixar que o Poder Judiciário do Ceará perca sua efetividade. Precisamos ter o apoio dos órgãos competentes na estruturação da Justiça no Estado, para que magistrados consigam manter seu desempenho de forma saudável e a população seja atendida com êxito”.