gra-2-280x215No segundo dia de palestras do Seminário Internacional Diálogo Ambiental, encerrado nesta quarta-feira (09/11/16), a jornalista e doutoranda em Ciências Políticas pela Unicamp Grazielle de Albuquerque, em sua fala sobre mídia e Judiciário, buscou ater-se ao que ela considerou como “um processo de politização do Supremo Tribunal Federal (STF)”.

Devido à importância que vem sendo dada às ações da Corte maior do País, nesses tempos de Lava Jato e de midiatização da Justiça, Grazielle disse ver o STF como um importante ator político, que não tem mais aquela “visão ingênua” de achar que é somente a instância máxima de julgamento, mas que “está aprendendo a lidar com esse novo papel que lhe cabe na sociedade”.

Segunda a palestrante, o protagonismo do Judiciário foi crescendo vagarosamente, a partir dos anos 90, só ganhando os holofotes nos últimos anos, sobretudo a partir do caso Mensalão. É um poder que não se contenta mais em ser fechado em si, voltado para sua função tradicional de órgão julgador, e “busca se legitimar através da opinião pública”. Ela ponderou, no entanto, que “a magistratura caminha para ter um grande espaço de visibilidade, mas precisa lidar com o ônus disso, que é estar afeita a críticas”.

“O Supremo está descobrindo a sua importância política, e vem ganhando protagonismos ao se debruçar sobre casos polêmicos, como casamento homoafetivo e células-tronco. É um órgão que tem rádio, TV, investe bastante em media trainning e vem aprendendo a lidar com a imprensa. O STF não é mais um ator ingênuo. Ele sabe o que faz hoje. Pode apenas não ter a dimensão exata disso”, pontuou a jornalista.

Fonte: ESMEC