oficina_pais_e_filhos (15)Por meio da “Oficina Pais e Filhos”, famílias que estão envolvidas em processos judiciais gerados de ruptura conjugal recebem auxílio e orientação para enfrentar os conflitos de maneira pacífica e tornar a convivência mais harmoniosa, visando sempre o bem estar dos filhos. A 25ª edição da oficina foi realizada pelo Centro Judiciário de Soluções de Conflitos e Cidadania (Cejusc), no dia 27 de abril, no Fórum Clóvis Beviláqua. Participaram 16 famílias envolvidas em ações de divórcio, disputas por guarda dos filhos e pagamento de pensão alimentícia.

Durante o encontro, os pais recebem orientações para aprender a auxiliar os filhos nesse momento conflituoso e são orientados a estabelecer uma comunicação aberta e construtiva. Já os filhos, em ambiente separado, têm a oportunidade de externar sentimentos por meio de atividades lúdicas, manuais, de leitura e audiovisuais. Tudo conduzido por pedagogos, mediadores e estudantes de psicologia voluntários.

Há duas oficinas por mês, sendo que a cada edição participam novas famílias. Em cada oficina, as famílias são divididas em quatro grupos em salas separadas: dois com os adultos, outro com as crianças de 6 a 11 anos e um último grupo reúne os adolescentes com idades de 12 a 17 anos.

Na sala das crianças, é trabalhado o lúdico, a brincadeira. Isso porque, de acordo com a psicóloga coordenadora das oficinas, Gleiciane Van Dam, através do desenho, das leituras e brincadeiras, os pequenos conseguem externar melhor o que estão sentindo. Na sala dos adolescentes, a ação é desenvolvida com músicas e dinâmicas de grupo. Gleiciane diz que o trabalho realizado com os pais adota um modelo preventivo e educativo e é mais direcionado para o esclarecimento sobre as causas e consequências da inclusão desnecessária do filho no conflito, como a alienação parental.

Cada edição da “Oficina Pais e Filhos” tem duração de 4 horas e atende uma média de 15 a 20 participantes. Ao final, é entregue o certificado de participação, que é acrescentado aos autos do processo.

Participação potencializa acordo
Dados do Cejusc apontam que o êxito no entendimento das partes durante audiências de mediação e conciliação é maior quando os envolvidos tiveram a experiência da oficina. Na análise estatística, 85% das pessoas que participaram do projeto chegam a um acordo harmonioso. Já entre os não participantes, apenas 62% optam pela conciliação.

Do conflito à relação amigável
A coordenadora do Cejusc, juíza Natália Gondim, avalia o trabalho da oficinas como um importante auxílio na solução dos conflitos. “As partes que passam pela oficina chegam às audiências de mediação e conciliação com uma compreensão muito melhor da situação que estão vivendo. Elas passam a compreender que após o divórcio aquela família continua, embora com uma estrutura diferente. Com esse aprendizado, passam a ter uma relação saudável”, relata.

Acompanhamento
Quando observada a necessidade de acompanhamento psicológico e a inexistência de condição financeira de provimento, o participante é encaminhado para o atendimento gratuito em uma das instituições parceiras do projeto.

Participação
São os juízes responsáveis pelas ações que recomendam as famílias para participação na oficina. Contudo, existem casos em que o pai, mãe ou parente toma conhecimento do projeto e requer a inscrição. Os interessados devem procurar a unidade do Cejusc no Fórum Clovis Beviláqua e preencher a ficha de solicitação. O pedido será analisado pela equipe responsável.

O projeto
A “Oficina Pais e Filhos” é um projeto educativo e preventivo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) multiplicado em todo o país. Em Fortaleza, é desenvolvido desde 2014 pelo Cejusc, no Fórum Clóvis Beviláqua.

A próxima edição da oficina acontecerá no dia 11 de maio.