Justiça_e_cidadaniaA juíza Rosilene Facundo, titular da 4ª Vara Criminal de Fortaleza, proferiu palestra nesta sexta-feira (04/09) para alunos do Instituto Cearense de Educação de Surdos, localizado no bairro Aldeota. A ação faz parte do programa “Justiça e Cidadania”, que pela primeira vez levou um magistrado para uma sala de aula composta exclusivamente por alunos com deficiência auditiva.

Abordando o tema “Justiça e Sociedade”, a palestrante falou sobre a carreira, as atividades e as atribuições de um juiz. Segundo ela, o magistrado precisa ser imparcial, mas não pode estar isolado do mundo em que vive. “Não somos meros aplicadores da lei, decidindo de forma dissociada da sociedade. Imparcialidade não quer dizer indiferença social. Significa definir o melhor direito a ser aplicado em cada caso”, afirmou.

A magistrada agradeceu a oportunidade e o desafio de palestrar para uma turma de surdos. “Foi uma experiência maravilhosa. É um universo lindo. Parece que eles se comunicam melhor do que nós, que temos o dom de ouvir e falar.”

Ao final, a juíza Rosilene Facundo tirou dúvidas dos alunos, que acompanharam toda a palestra por meio de intérpretes. Eles relataram casos de conflitos familiares e também de preconceito.

O aluno Weverson Martins participou com perguntas. “Achei interessante, porque nunca tive um momento como esse. Nossa comunidade passa por várias dificuldades, enfrenta muitas barreiras, e há muitas coisas que nós não sabemos como resolver e precisamos de esclarecimentos. Eu também gostaria que os juízes aprendessem a nossa linguagem”, declarou o jovem.

Houve ainda entrega do livro comemorativo aos 140 anos do Tribunal de Justiça do Ceará à palestrante e à diretora da instituição, Francisca Carla Santos. “Para nós, essa iniciativa do Tribunal de Justiça foi de suma importância. Muitas vezes, pela própria dificuldade de comunicação, essa comunidade não sabe a quem recorrer quando acontece algum problema na família ou na sociedade de forma geral. A palestra foi muito importante por dar oportunidade para que haja esse contato dentro da escola”, disse a diretora.

 

Fonte: TJCE