Estudantes do primeiro semestre do curso de Direito da Faculdade Farias Brito foram recebidos pelo presidente da Associação Cearense de Magistrados (ACM), juiz Antônio Araújo, na tarde de 17 de setembro. O objetivo era uma pesquisa para a disciplina de Ciência Política e Teoria do Estado, ministrada pelo professor Alexandre Carneiro.

Estudantes do curso de Direito da Faculdade Farias Brito com o juiz Antônio Araújo

Estudantes do curso de Direito da Faculdade Farias Brito com o juiz Antônio Araújo

Os alunos destacaram que escolheram realizar a atividade na ACM pelo seu posicionamento institucional. “Nós queremos extrair a opinião do juiz Antônio Araújo para enriquecer nossa pesquisa e confirmar aquilo que nós já sabemos: que o juiz é um homem correto, que julga pelo o que vê e que segue a lei”, afirmou o acadêmico Samuel Holanda. Ele estava acompanhado da colega Bruna Torres.

Durante a entrevista, foram abordados diversos assuntos, entre os quais questões políticas, privatização dos órgãos públicos, maioridade penal e a credibilidade do judiciário.

No início da entrevista, o presidente da ACM relatou brevemente a sua carreira profissional e as experiências de trabalho que teve. Questionado a respeito de compras de voto nas eleições, Araújo lamentou que a prática ainda exista e ressaltou que mensurar o voto em dinheiro pode gerar sérias consequências para a democracia. Ele também declarou ser favorável à reforma política para uma melhor organização dos partidos.

Outro assunto discutido foi a segurança no Estado. O juiz abordou a insegurança que afeta os aplicadores do Direito, como magistrados que vem sendo alvo de ameaças. Analisou que muito foi gasto em segurança, porém não se gastou bem e defendeu mais investimentos em educação.

Quando questionado a respeito da privatização dos órgãos públicos, Araújo deixou claro que não é a favor, principalmente quando se trata serviços essenciais do Estado, como saúde e educação. E, ao falar sobre o nepotismo no serviço público, o juiz tratou o assunto como uma doença que precisa de cura e que é combatida pelos magistrados. Quanto à discussão da redução da maioridade penal, o magistrado posicionou-se contra e alertou para a responsabilidade da família na formação do indivíduo e que o Estado precisa punir o menor de acordo com sua idade.

Finalizando a conversa, o presidente da ACM falou que é necessário que o povo acredite na justiça e na política, pois sem essas duas categorias, uma nação não se forma. E, apesar das falhas de ambas, é necessário que sejam corrigidos os erros para que o Brasil avance na democracia.