A I Pesquisa Diagnóstica da Magistratura Cearense, divulgada pela Associação Cearense de Magistrados (ACM), revela que 94,5% dos magistrados afirmam existir uma cobrança desproporcional na rotina de trabalho em relação à estrutura oferecida pelo Poder Judiciário. De acordo com o levantamento, os magistrados do interior do Estado são os mais afetados pela ausência de uma infraestrutura adequada para o exercício da profissão.
O Ceará é o Estado com o menor orçamento per capita do Brasil dentre todos os Tribunais do País, segundo o último relatório ‘Justiça em Números’ do Conselho Nacional de Justiça. Diante desse cenário, 68,1% dos magistrados classificam a estrutura de trabalho como “péssima” ou “regular”.
Além disso, a alta demanda da população acaba sendo desproporcional a quantidade de profissionais capacitados para atender a esses processos, visto que 51,2% dos entrevistados consideram a quantidade de colaboradores insuficiente, com 37,4% classificando-a como regular, 8,9% como boa e apenas 2,3% como satisfatória, prejudicando assim o atendimento da população.
“A qualidade do serviço prestado pela Justiça no Ceará é proporcional ao orçamento recebido, que atualmente não condiz com o porte do Estado. Os números indicam que estamos ficando para trás, e quem mais sofre, além dos magistrados, é a população assistida”, denuncia o presidente da ACM, o juiz José Hercy Ponte de Alencar, acerca da atual situação do Judiciário no Ceará.