gil1-598x448Em palestra proferida no 9º Encontro Nacional do Poder Judiciário, o presidente em exercício da AMB, Gil Guerra, falou do futuro da Justiça segundo a magistratura. No evento que ocorreu nesta quarta-feira (25), no Centro Internacional de Convenções do Brasil, em Brasília, o magistrado destacou a evolução da atividade associativa antes centrada nas questões sociais e corporativas. “Almejamos uma atividade associativa comprometida com o exercício da jurisdição, que labore na adoção de soluções eficientes a partir do pleno conhecimento das dificuldades e vicissitudes da atividade judicante”, disse.

Em seguida, o presidente em exercício da AMB abordou a pesquisa realizada pela entidade “O Uso da Justiça e o Litígio no Brasil”, que faz parte do movimento nacional Não deixe o Judiciário Parar. O objetivo é conscientizar a população sobre o alto número de processos em tramitação atualmente.

Gil explicou que, de acordo com a metodologia desenvolvida pela entidade, a estimativa é de que um novo processo chegue às varas e fóruns do País a cada cinco segundos. “Os números são impressionantes e atualizados em tempo real no Facebook, na página do movimento Não deixe o Judiciário Parar. No Brasil, temos hoje um processo a cada cinco segundos, o que significa 12 processos a cada minuto, 720 processos a cada hora, 17.280 processos por dia, sem incluir fim de semana e feriado. É impossível conceber a administração da Justiça com números como esses, a não ser que tenhamos soluções diferentes das que temos hoje”, pontuou ao complementar que um número reduzido de atores é responsável por 50% dos processos.

Na ocasião, Gil ressaltou que o acompanhamento do litígio, de forma continuada, contribuirá para a adoção de soluções dinâmicas no intuito de resolver a problemática existente. Para ele, isso seria alcançado com o centro de monitoramento do litígio, um dos pleitos da entidade. “Pedimos junto ao Conselho Nacional de Justiça a criação do centro de monitoramento do litígio, para que possamos acompanhar o litígio numa maneira dinâmica, pois a cada dia surgem novas demandas massificadas. Esse centro faz parte do futuro que almejamos para o Poder Judiciário e a Justiça brasileira”, disse Gil Guerra.

Gil concluiu sua palestra ao afirmar que a AMB é uma entidade participativa nos debates nacionais envolvendo o Poder Judiciário e o conceito de Justiça, colaborando de forma efetiva na defesa do Estado Democrático de Direito.

Participaram também do painel os conselheiros do CNJ, Carlos Levenhagem e Daldice Santana, o presidente do Conselho dos Tribunais de Justiça, Milton Nobre, o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Antônio Bochenek, e a diretora de prerrogativas e assuntos jurídicos da Anamatra, Maria Rita Manzarra.

Fonte: AMB