Por Terezinha Teixeira Joca e Maria Socorro Moreira de Figueiredo Saraiva

Há dois anos, publicamos um artigo sobre a Síndrome de Burnout, como parte do adoecimento dos magistrados, intitulado “Togas pretas adoecem”, indicando os sintomas de Burnout. No momento, retomamos a temática para falarmos de prevenção e tratamento dessa síndrome, que surge de uma grande carga emocional devido ao alto comprometimento profissional e que passa a gerar a sensação de esgotamento físico e mental diante de suas atividades corriqueiras. Segundo a psicóloga Helga Reinhold (2007) “A Síndrome de Burnout é um tipo especial de stress ocupacional que se caracteriza por profundo sentimento de frustração e exaustão em relação ao trabalho desempenhado, sentimento que aos poucos pode se estender a todas as áreas da vida de uma pessoa”. E, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), encontra-se entre os cinco problemas sanitários mais graves da atualidade. E não é restrita a algumas profissões, ela pode surgir nas mais diversas áreas e condições sociais.

A fim de amenizar as estatísticas e o seu adoecimento, você pode prevenir esse mal através de mudanças de atitudes na forma de encarar o seu trabalho e a sua vida pessoal, através de algumas medidas, como:

– Prepare sua rotina laboral.
– Organize melhor o seu tempo.
– Estabeleça prioridades.
– Evite sobrecarga de trabalho.
– Quando possível, delegue funções à sua equipe.
– Reflita sobre seu perfeccionismo.
– Não acumule férias.
– Participe de grupo de apoio com seus colegas para discutir temas relacionados às dificuldades vividas no trabalho e partilhar sobre as suas experiências na busca de resolutividade.
– Respeite seu horário de descanso.
– Não suprima o convívio familiar e social com atividades que deveriam ser realizadas no local de trabalho.
– Invista em lazer.
– Pratique atividade física.
– Faça uso de técnicas de relaxamento.
– Busque ajuda para resolver seus problemas.
– Procure um psicólogo.

Alertamos que, após a instalação dos sintomas o sujeito revela seu sofrimento psíquico através do sentimento de indignidade com repetição de suas atividades laborais; sentimento de inutilidade, desconhecendo a significação de seu trabalho e a impotência de construir uma prestação jurisdicional dentro do cumprimento dos prazos legais; sentimento de desqualificação decorrente da percepção de sua impotência e da incredibilidade da sociedade diante da morosidade das resoluções esperadas.

Desse modo, sugerimos que mantenha atenção sobre si e observe os sinais de seu corpo e de sua mente. E, caso perceba algum sintoma, não receie em expor suas fragilidades, nem hesite em procurar ajuda profissional. Pois o prognóstico torna-se mais favorável quando se percebe os sintomas no início. Contudo, o tratamento mais indicado à Burnout é a psicoterapia aliada, em alguns casos, à terapêutica medicamentosa. Daí a necessidade de procurar um profissional da área da psicologia e da saúde.

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Artigo escrito pelas psicólogas: Terezinha Teixeira Joca, psicóloga e professora da Universidade de Fortaleza, e por Maria Socorro Moreira de Figueiredo Saraiva, psicóloga clínica e magistrada da Associação Cearense de Magistrados (ACM). Parceiras da ACM através da Clínica de Psicologia “Núcleo de Atenção à Vida – NAVIDA”. Contato: 986121601 – 96800102 [email protected]