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AMB e ACM emitem nota pública conjunta contra declarações do presidente do TJCE
26 de dezembro de 2014

Em nota enviada ao Blog, a Associação dos Magistrados Brasileiros e a Associação Cearense de Magistrados rebatem declarações do presidente do Tribunal de Justiça do Ceará, da conduta de magistrados. Confira:

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e a Associação Cearense de Magistrados (ACM), em nota conjunta assinada por seus presidentes, João Ricardo dos Santos Costa e Antonio Alves de Araújo, respectivamente, vêm manifestar indignação contra as afirmações proferidas pelo presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, desembargador Luiz Gerardo Pontes Brígido, durante entrevista na mídia, dia 23 de dezembro último, pela forma que investe contra a honra dos magistrados cearenses, atribuindo-lhes, dentre outras qualidades negativas, a falta de vocação e o espírito financista.

Esquece aquela autoridade, que os magistrados do Ceará atuam em meio a um Judiciário que não lhes garante estrutura material, servidores em número suficiente, segurança mínima para o exercício da jurisdição, além de responderem regulamente por Comarcas sem titular, o que os obriga ao deslocamento diário entre inúmeras cidades sob sua responsabilidade, sem que para isso recebam qualquer valor a mais pelo trabalho extra.

Quanto aos direitos criticados pelo Presidente da Corte, auxílio-alimentação e auxílio-moradia, correspondem a conquistas alcançadas pela luta renhida das associações de classes, entidades responsáveis, no Brasil, pelas maiores conquistas sociais incorporadas aos direitos dos trabalhadores desde a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) até a própria Constituição Federal de 1988.

Avulta no discurso do dirigente em questão o que lhe sobrou em demasia durante toda a sua administração, incapacidade de agregar resultados, compatibilizar espíritos, somar forças, reconhecer esforços e valorizar conquistas, construir.

Deu as costas para toda uma categoria e com isso fomentou um judiciário fragilizado e dividido, cujos principais atores, magistrados de primeiro grau que dão vazão as demandas sociais que lhe são confiadas todos os dias, encontram-se desafiados a provar a inadequação das declarações de seu equivocado presidente.

Fonte: Blog do Eliomar