20140309_DN_DidáticaDidática

Não tem sentido, tampouco é prático, crianças com idade de 4 a 6 anos terem nos seus currículos escolares o estudo de inglês sem que ainda saibam ler e escrever português com desenvoltura.

O nosso idioma, por si só, já não é fácil de ser aprendido, quanto mais entrelaçado com o idioma saxão, em face de ter havido a invasão da Inglaterra por diversas tribos, lá permanecendo por muito tempo, juntando-se diversas línguas numa só. Por isso mesmo não é tão fácil aprender inglês, a não ser quando os alunos atingem um maior grau de aprendizagem da língua portuguesa, porquanto, como é neolatina, é difícil de ser aprendida, principalmente a sua gramática. Já esta, em se tratando da língua inglesa, é por demais fácil de ser aprendida, porquanto o que dificulta passa a ser a conversação, razão pela qual ensinar inglês usando a linguagem portuguesa forma um imbróglio tamanho, a ponto de o aluno acabar por não aprender nenhum idioma nem outro.

O Ministério da Educação deveria baixar uma norma no sentido de ficar proibido o ensino de inglês ou de outra língua estrangeira a alunos de baixo nível intelectual, a não ser quando já estiver concluído o curso fundamental. Sabemos, por outro lado, que este não proíbe o ensino de mais de uma língua a crianças, seja qual for, a idade. Contudo, como fomos professor de Direito por vários anos da UFC e por termos ensinado crianças no chamado Instituto Santo Antônio, de nossa propriedade, acreditamos ter condições de falar sobre didática, até porque fizemos um curso de inglês durante dois anos na Aliança Inglesa do Rio de Janeiro.

Edgar Carlos de Amorim
Desembargador

Fonte: Diário do Nordeste