Nos dias atuais, em todas as classes sociais, as pessoas encontram-se cada vez mais em um frenesi em suas atividades pessoais e laborais. O que vem gerando adoecimento, colocando à prova a saúde física e mental. Com os “togas pretas” não têm sido diferente, pois, em decorrência da ampla jornada de trabalho e da forte responsabilidade que envolve a profissão da magistratura, estes profissionais podem cair na grande cilada dos excessos, desenvolvendo o mal da atualidade denominado de “Síndrome de Burnout”.
Esta síndrome que está relacionada ao trabalho e em sua terminologia significa “queimar-se”, “está queimado”, leva a crer que o próprio sujeito joga contra si mesmo, não desenvolvendo suas atividades com o mesmo empenho costumeiro. Ela surge de uma grande carga emocional, que exige muita energia e recursos pessoais para desenvolver atividades, que outrora era natural e corriqueira, gerando a sensação de esgotamento físico e mental, com despersonalização e baixa realização pessoal. A Organização Mundial de Saúde (OMS) indica a Síndrome de Burnout como um dos cinco problemas sanitários mais grave da atualidade, relaciona-se ao estresse laboral, como também, a um mal social, cultural e contemporâneo. Os sintomas mais comuns, que surgem são: esgotamento, despersonalização, baixa realização pessoal.
Abreviando, poderíamos afirmar que Burnout relaciona-se ao estresse laboral, e este se configura como uma resposta psicológica e fisiológica não específica, do organismo, a uma demanda imposta. De forma sucinta, explanaremos sobre os sintomas mais comuns que surgem e as consequências do Burnout, para que sirva como sinais de alerta ao leitor.
Sintomas:
1) Esgotamento: o profissional sente que não possui recursos emocionais para desenvolver suas tarefas.
2) Despersonalização: dificuldade em estabelecer vínculos sociais, distancia-se de seus amigos e familiares.
3) Baixa realização pessoal: sensação de perda de reconhecimento social. Estes classificam-se em breve, moderado, grave e profundo.
Consequências:
1) Fisiológicas: esgotamento físico, fadiga, resfriados recorrentes, alteração do apetite, dores musculares, cefaléia, taquicardia, hipertensão, disfunções sexuais, insônia, transtornos gastrointestinais.
2) Psicológicas: irritabilidade, ansiedade, traços depressivos, labilidade emocional, desesperança, atitudes rígidas e inflexíveis, sentimento de frustração laboral, sentimento de despersonalização.
3) Condutas: expressões de hostilidade, condutas impulsivas, incapacidade de concentrar-se no trabalho, contato mínimo com o pessoal do trabalho e a clientela, culpar outros pelos seu padecimento pessoal, aumento de conflito nas relações, atraso no trabalho, distanciamento recorrente da área de trabalho, faltas no trabalho, aumento no consumo de café, álcool, cigarro e psicofármacos.
Sendo assim, a melhor forma de enfrentar as questões da contemporaneidade é cuidar de si na proposta de viver de forma saudável física e emocionalmente, atentando às dores visíveis e àquelas que se instalam silenciosamente.
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Artigo escrito pelas psicólogas Terezinha Teixeira Joca, professora da Universidade de Fortaleza, e pela psicanalista e magistrada associada à Associação Cearense de Magistrados (ACM), Maria Socorro Moreira de Figueiredo Saraiva.
A juíza aposentada Maria Socorro também é coordenadora do Núcleo de Atenção à Vida, cuja proposta é estimular o "saber viver" e o "envelhecer com saúde", com ênfase aos problemas contemporâneos. Para ver o convênio, bem como descontos ofertados, endereço e outras informações sobre o Núcleo clique aqui.
Foto: ignorancia.blogspot.com.br